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Últimos corpos de mortos em operação no Rio deixam o IML

Parentes relatam alívio e indignação após reconhecer corpos das vítimas da operação policial nos complexos da Penha e do Alemão; governo do Estado defende a ação.

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Foto: Agência Brasil

As últimas famílias dos mortos da Operação Contenção, realizada pelo governo do Estado do Rio de Janeiro no início da semana nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte, começaram a deixar o Instituto Médico Legal (IML), no centro do Rio, neste sábado (1º).

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Segundo a Polícia Civil, até a sexta-feira (31) restavam apenas oito corpos a serem identificados entre os mortos da ação. O número oficial de vítimas identificadas chegou a 99 pessoas, sendo 42 com mandado de prisão pendente e 78 com envolvimento confirmado com o crime, de acordo com o balanço divulgado.

Entre os familiares que estiveram no IML está Karine Beatriz, de 26 anos, grávida de poucos meses, que reconheceu o corpo do marido, Wagner Nunes Santana, após três dias de buscas na Serra da Misericórdia, na Penha.

“Após três dias de busca, consegui localizar o corpo, mas alívio só vou ter com respostas. De onde vem a pena de morte se existe presídio? Até quando vai isso?”, questionou Karine, criticando a letalidade das operações policiais no Rio.

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Ela contou que Wagner foi encontrado com um tiro na testa, dentro de um lago, e afirmou que houve execuções durante a ação:

“Eles não vieram prender ninguém, vieram para matar. Até quem se entregou foi morto. O enterro vai ter de ser de caixão fechado”, disse.

Karine também relembrou momentos com o companheiro, descrevendo-o como trabalhador e presente na família, apesar dos erros do passado:

“Independente dos erros dele, era família. Semana passada ajudou a erguer uma casa na comunidade, fez o ‘cabelo maluco’ da minha filha. São momentos que não voltam.”

De acordo com as investigações do governo estadual, a Operação Contenção teve como objetivo impedir a expansão do Comando Vermelho (CV) e desarticular uma rede que, segundo o Executivo, movimentava cerca de 10 toneladas de drogas por mês e atuava como polo de distribuição de armas e entorpecentes para outras comunidades do Rio.

Apesar de não ter conseguido cumprir mandados contra os principais líderes da facção, o governador Cláudio Castro defendeu a ação em nota enviada à imprensa:

“Tendo em vista os resultados, o trabalho de investigação e inteligência foi adequado. Todos os alvos eram perigosos e com ficha criminal extensa. Reforço a importância da integração entre os estados e, em breve, entregaremos relatórios completos às autoridades competentes.”

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