“ATÉ O CAFÉ MORREU AQUI”: AGENTES FUNERÁRIOS DENUNCIAM PROIBIÇÃO DE TOMAR CAFÉ NO CEMITÉRIO DO MARUÍ, EM NITERÓI

O que era para ser um simples momento de pausa entre uma cerimônia e outra virou motivo de revolta entre os agentes funerários que atuam no Cemitério do Maruí, no bairro do Barreto, em Niterói. Eles denunciam que foram proibidos de tomar café na recepção do local, um café gratuito, mas aparentemente restrito a poucos.

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Segundo os trabalhadores, a decisão foi comunicada de forma informal por funcionários da administração do cemitério, que alegaram “ordens superiores” para restringir o acesso à bebida. A notícia caiu como uma ducha fria, ou melhor, como um café frio, entre os agentes, que frequentemente enfrentam jornadas longas, clima emocional pesado e pouco reconhecimento.

“É inacreditável. O café está ali, é de graça, mas dizem que a gente não pode tomar porque não é ‘funcionário da casa’. Mas somos nós que estamos aqui todos os dias, ajudando as famílias, carregando caixão, lidando com o sofrimento alheio. Não temos direito nem a um copo de café?”, questiona um dos agentes, que preferiu não se identificar por medo de represálias.

A situação se agrava num contexto de alta nos preços. Com o custo do café nas padarias e lanchonetes da região beirando os R$ 7, os profissionais dizem que não conseguem mais arcar com a despesa diária e esperavam encontrar no cemitério, ao menos, um pouco de solidariedade.

“É o cúmulo. Proibiram a gente de tomar um café num lugar onde a gente trabalha direto. Agora, nem café?”, protesta outro agente. “A morte aqui é diária, mas o respeito já morreu faz tempo”.

A Prefeitura de Niterói, responsável pela gestão do Cemitério do Maruí, ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.