Número de mortos na operação no Rio sobe para 124

Ao longo da madrugada e da manhã desta quarta-feira (29), 60 corpos foram levados até a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, no Complexo da Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro. Os cadáveres foram retirados da mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde ocorreram os confrontos mais intensos entre policiais e traficantes durante a megaoperação deflagrada na terça-feira (28).

Com a nova contagem, sobe para 124 o número de mortos na ação — que já é considerada a mais letal da história da polícia fluminense. Entre os que observavam a cena nesta manhã, o silêncio predominava. Muitos moradores se aproximavam com cautela, tentando reconhecer parentes e conhecidos entre os mortos.

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Segundo relatos de testemunhas, pessoas com luvas cortavam partes das roupas dos corpos para facilitar a identificação. Foi esse mesmo grupo que fez a contagem dos mortos ao longo da madrugada.

Por volta das 10h, equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) chegaram à praça. Os policiais subiram uma das vias que dá acesso às comunidades mais altas do Complexo da Penha, o que provocou correria entre moradores, assustados com a chegada das viaturas.

Pouco depois, um novo rabecão do Corpo de Bombeiros chegou ao local para remover os corpos, que permaneciam alinhados no asfalto. As equipes seguem atuando na região da Serra da Misericórdia, onde ainda há relatos de criminosos feridos escondidos na mata.

A operação, chamada “Contenção”, teve como objetivo cumprir mandados judiciais e enfraquecer a cúpula do Comando Vermelho, que atua nas comunidades do Alemão e da Penha. Segundo o governo do estado, mais de 90 fuzis foram apreendidos, além de prisões e grandes quantidades de drogas.