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Festa Junina termina com um morto e cinco feridos durante ação policial no RJ

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Comunidade do Santo Amaro, Zona Sul do Rio, viveu momentos de terror com tiros durante apresentação junina; jovem de 24 anos morre e há relatos de crianças e idosos feridos.

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Uma festa junina comunitária que prometia celebrar a cultura popular e reunir famílias em uma noite de alegria acabou em tragédia na madrugada deste sábado (7), após um tiroteio interromper o evento na Comunidade do Santo Amaro, no Catete, Zona Sul do Rio de Janeiro. A troca de tiros envolveu agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e terminou com pelo menos cinco feridos e um jovem morto.

Herus Guimarães Mendes, de 24 anos, foi atingido por dois disparos enquanto assistia à apresentação de uma quadrilha junina. Ele trabalhava como office boy em uma imobiliária e, segundo familiares, estava apenas participando da festa. Herus foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Ele deixa um filho de 2 anos.

Entre os feridos está um adolescente de 16 anos, morador de São Gonçalo, que foi levado ao hospital. Moradores relatam que crianças e idosos também ficaram feridos na confusão. O Corpo de Bombeiros confirmou que foi acionado por volta das 3h30 para atender uma ocorrência de vítima por arma de fogo, mas ao chegar ao local, a pessoa já havia sido levada ao hospital.

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“Só tinha dançarinos, não tinha bandido”

De acordo com relatos de moradores, o tiroteio começou de forma repentina no momento em que uma quadrilha junina se apresentava. A festa, organizada pelos próprios moradores, reunia grupos de danças de várias regiões do estado. “Só tinha dançarinos e chegaram atirando, acabaram com a festa junina, cheia de criança, não tinha bandido”, afirmou um morador, indignado.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram cenas de pânico: pessoas correndo, se jogando no chão, tentando se abrigar em casas próximas. Há relatos de pessoas pisoteadas na correria. “Parecia uma guerra, um filme de terror. A gente só queria celebrar”, disse outra moradora.

Versões conflitantes sobre a operação

Em nota, a Polícia Militar informou que o BOPE realizou uma “ação emergencial” na comunidade para verificar informações sobre a presença de criminosos fortemente armados, que estariam se preparando para um confronto com facções rivais. A corporação afirma que, ao chegar ao local, os policiais foram recebidos a tiros, mas que não houve revide naquele ponto específico.

Ainda segundo a PM, em outro setor da comunidade houve novo ataque contra os policiais, o que gerou confronto. Um homem ferido foi socorrido ao Hospital Municipal Souza Aguiar. A corporação disse ainda que os agentes estavam equipados com câmeras corporais e que as imagens já estão sendo analisadas pela Corregedoria da PM. Um procedimento interno também foi aberto para apurar as circunstâncias da ação.

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Hospital confirma óbito após tentativas de reanimação

A direção do Hospital Glória D’Or, onde Herus foi levado, confirmou em nota que ele deu entrada em estado gravíssimo. “Após exaustivas manobras de ressuscitação, ele não resistiu e veio a óbito logo na sequência”, informou o comunicado.

MP acompanha o caso

A Coordenação do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (GAESP), do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), confirmou que a operação foi previamente comunicada pela Polícia Militar. No entanto, até o momento, o MPRJ não divulgou a justificativa apresentada para a realização da ação durante a madrugada, em meio a um evento popular.

Clima de medo e revolta

A comunidade amanheceu em clima de luto, medo e revolta. “A gente está cansado de ver nossa cultura sendo esmagada pela violência. Não há respeito nem mesmo quando estamos celebrando a vida”, desabafou um dos organizadores da festa.

A tragédia reacende o debate sobre a realização de operações policiais em áreas densamente povoadas, especialmente em horários e locais de eventos comunitários. Enquanto a PM alega agir com base em informações de inteligência, moradores denunciam violações e excessos que colocam em risco a vida de inocentes. A investigação agora está nas mãos das autoridades e será fundamental para esclarecer os fatos e apontar possíveis responsabilidades.

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