Política

Embaixadora do Brasil nos EUA tenta barrar sanções contra Alexandre de Moraes articuladas por Eduardo Bolsonaro

Itamaraty atua nos bastidores para evitar crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos

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Eduardo Bolsonaro Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados

A embaixadora do Brasil nos Estados Unidos, Maria Luiza Ribeiro Viotti, foi acionada pelo Itamaraty para conter os esforços do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem buscado apoio junto ao governo do ex-presidente Donald Trump para impor sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sob a acusação de abuso de autoridade.

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Segundo informações do colunista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles, Viotti intensificou, nos últimos dias, articulações com diplomatas norte-americanos e com integrantes estratégicos da Secretaria de Estado dos EUA, atualmente sob forte influência do senador Marco Rubio, uma das principais figuras republicanas no Senado.

O objetivo da embaixadora é evitar qualquer avanço em propostas que prevejam medidas punitivas contra autoridades do Judiciário brasileiro, com foco especial em Moraes — cuja atuação tem gerado reações no exterior por supostas violações de princípios democráticos, como a liberdade de expressão e o devido processo legal.

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Fontes diplomáticas afirmam que Viotti tem ressaltado o histórico de parceria entre Brasil e Estados Unidos, destacando que eventuais sanções a magistrados brasileiros poderiam ser interpretadas como uma interferência indevida em assuntos internos e colocar em risco as relações bilaterais.

A preocupação do governo brasileiro também se justifica pelos números: atualmente, cerca de 4 mil empresas americanas operam no Brasil, e os EUA são o segundo maior parceiro comercial do país, atrás apenas da China.

Viotti, indicada ao cargo em 2023 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é a primeira mulher a comandar a embaixada brasileira em Washington e representou o Brasil durante a posse de Donald Trump, em 2017. Sua missão agora envolve conter uma crise que pode afetar não apenas o campo diplomático, mas também a imagem internacional do Judiciário brasileiro.

Enquanto isso, Eduardo Bolsonaro continua defendendo sanções, argumentando que autoridades que, segundo ele, extrapolam os limites constitucionais precisam ser responsabilizadas. O parlamentar tem buscado apoio entre aliados de Trump e membros do Partido Republicano, com foco em figuras críticas ao avanço de decisões monocráticas e inquéritos sigilosos conduzidos por Moraes.

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O Planalto, por sua vez, tenta manter os canais de diálogo com Washington abertos e aposta na atuação discreta da diplomacia para desarmar tensões e evitar um constrangimento internacional de grandes proporções.

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