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Deputados do PSOL e PT obstruem votações em protesto contra processo de cassação de Glauber Braga

Caberá ao Plenário da Câmara confirmar ou não o parecer do conselho

Por Jornalismo em 09/04/2025 às 20:47:41
Talíria Petrone: decisão do conselho é "ataque à esquerda, à democracia e ao Parlamento" - Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Talíria Petrone: decisão do conselho é "ataque à esquerda, à democracia e ao Parlamento" - Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Deputados do PSOL e do PT anunciaram nesta quarta-feira (9) que irão obstruir as votações no Plenário da Câmara dos Deputados como forma de protesto contra o processo de cassação do mandato do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), em andamento no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. O colegiado aprovou, por 13 votos a 5, o parecer que pede a cassação do parlamentar. A decisão final caberá ao Plenário.

Em resposta, Glauber iniciou uma greve de fome, afirmando que manterá o protesto enquanto durar o processo. A deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), de 90 anos, anunciou apoio à iniciativa e também aderiu à greve de fome. O gesto ganhou repercussão imediata entre parlamentares da esquerda.

Para o líder do PT, deputado Lindbergh Farias (RJ), a situação representa uma crise política grave. "Temos um deputado em greve de fome dentro de uma comissão. A Câmara precisa encontrar uma saída. Isso virou uma crise institucional que caiu no colo da Casa", afirmou.

O vice-líder do PSOL, deputado Pastor Henrique Vieira (RJ), também criticou a forma como a votação foi conduzida. Segundo ele, a Ordem do Dia — momento em que as votações no Plenário começam — foi deliberadamente atrasada. "O compromisso era iniciar às 16h. Hoje, excepcionalmente, começou por volta das 19h, justo com a votação da cassação do Glauber. Isso não é coincidência", declarou.

A líder do PSOL na Câmara, deputada Talíria Petrone (RJ), acusou o Conselho de Ética de agir de forma autoritária. "Essa decisão absurda envergonha o Brasil. Estão tentando silenciar Glauber porque ele representa a oposição combativa. Isso é um ataque à esquerda, à democracia e ao próprio Parlamento", afirmou.

Por outro lado, deputados da oposição criticaram a obstrução. O deputado André Fernandes (PL-CE) afirmou que os partidos de esquerda estão priorizando questões pessoais. "O PT e o PSOL estão dizendo claramente que os interesses deles estão acima do povo. Enquanto isso, estamos tentando votar um projeto importante de saúde mental para idosos, e eles travam os trabalhos", reclamou, referindo-se ao Projeto de Lei 127/24, em pauta no Plenário.

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