Dia de Santo Antônio reúne fiéis em todo o Brasil com fé, promessas e gratidão

Nesta sexta-feira, 13 de junho, igrejas de todo o Brasil receberam fiéis em celebração ao Dia de Santo Antônio, um dos santos mais populares do catolicismo. A data, que marca a morte do santo em 1231, é envolta em tradição, fé e histórias de milagres, reunindo multidões em missas, novenas e procissões — além das clássicas simpatias para conseguir um casamento, especialmente entre os mais jovens.

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Em Niterói (RJ), a Igreja da Porciúncula de Santana, em Icaraí, ficou repleta desde o início da manhã. Fiéis chegaram cedo para assistir às missas, receber a bênção dos pães de Santo Antônio — símbolo de fartura e proteção — e agradecer pelas graças alcançadas.

— Eu sou devota de Santo Antônio desde criança. Já pedi muitas coisas, mas o maior milagre foi quando minha filha saiu de um tratamento de câncer com saúde. Foi ele quem intercedeu por nós — contou emocionada Marta Silva, de 58 anos, moradora de São Gonçalo.

As filas para receber o pão bento se formavam no entorno da igreja. Para muitos, mais do que um costume, é um gesto de fé carregado de significados.

— Eu guardo esse pão no armário o ano inteiro. Dizem que não falta comida onde tem o pão de Santo Antônio, e na minha casa nunca faltou — relatou Ana Carolina Monteiro, 36 anos, que foi acompanhada dos dois filhos.

Conhecido popularmente como o “santo casamenteiro”, Santo Antônio também é alvo de pedidos por relacionamentos, especialmente entre jovens solteiros. Mas a devoção vai muito além disso. É comum encontrar quem tenha recebido graças nas áreas de saúde, trabalho e reconciliação familiar.

— Eu fiz uma promessa quando meu marido foi internado com Covid. Pedi que ele saísse do hospital com vida e prometi vir de joelhos até o altar. Ele saiu. E hoje estou aqui cumprindo — revelou Josiane Souza, de 42 anos.

Em diversas paróquias, as celebrações se estendem por todo o dia. Missas especiais, benção dos objetos, procissões e até festas juninas completam o calendário festivo, reunindo famílias e comunidades inteiras.

Tradição centenária

Santo Antônio nasceu em Lisboa, Portugal, em 1195, e viveu boa parte de sua vida na Itália, onde morreu em 13 de junho de 1231. Pregador eloquente, defensor dos pobres e homem de fé inabalável, foi canonizado menos de um ano após sua morte e se tornou um dos santos mais queridos do mundo.

No Brasil, sua devoção é especialmente forte no Nordeste, onde festas populares marcam o mês de junho — conhecido como mês dos santos. Mas em todas as regiões do país, é comum ver igrejas cheias no dia 13, promessas sendo pagas e fiéis renovando sua esperança.

Para muitos, como dona Terezinha Lopes, de 74 anos, a fé em Santo Antônio é um alicerce de vida:

— Não falho um ano. Já passei por muita coisa, perdi filho, perdi marido, mas nunca perdi a fé. E ele sempre me deu forças. Venho aqui, acendo minha vela, falo com ele. Isso me sustenta.

Em meio à correria do dia a dia, a sexta-feira 13 — que para alguns carrega superstições — para os devotos de Santo Antônio é, acima de tudo, uma data de amor, fé e gratidão.