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Polícia

Empresa de internet é expulsa de bairro em São Gonçalo um mês  após carro ser vandalizado 

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Uma equipe da empresa Leste foi impedida de atuar nas imediações da Avenida Plínio Gomes de Mattos Filho e da Rua Suécia, no bairro Rio do Ouro, em São Gonçalo, após ser abordada por criminosos armados que afirmaram estar controlando várias ruas da região. De acordo com os relatos, os bandidos ostentavam armas na cintura e exigiram que os funcionários deixassem imediatamente o local. A empresa registrou ocorrência na 75ª Delegacia de Polícia (Rio do Ouro).

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“É um absurdo. A gente está completamente abandonado aqui. Não tem segurança, não tem patrulhamento. Quando a internet falha, não tem nem como consertar, porque as empresas têm medo de vir. Como é que a gente trabalha? Como as crianças estudam? A criminalidade está mandando e a gente fica no prejuízo. Já teve caso de técnico que foi embora no meio do serviço porque foi ameaçado. Parece que aqui não tem Estado”, desabafou o comerciante que preferiu não se identificar.

Este não é o primeiro caso envolvendo prestadoras de serviço de internet expulsas da região. Moradores afirmam que situações semelhantes já haviam ocorrido com outras empresas, mas que até hoje nenhuma ação efetiva foi realizada pelas autoridades de segurança pública. Ainda segundo os relatos, não houve movimentação policial após o episódio mais recente. A situação reflete o avanço do domínio territorial do crime organizado em comunidades periféricas, onde o poder público tem presença mínima ou inexistente. Enquanto isso, moradores seguem convivendo com a rotina imposta pelo medo e pela falta de segurança.

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Para o especialista em segurança pública, Eduardo Machado, a situação reflete o avanço do poder paralelo em áreas com pouca presença do Estado. “O que ocorre em Rio do Ouro é a consolidação de territórios dominados por facções criminosas, que impõem controle social e econômico sobre os moradores e serviços. Impedir a entrada de prestadoras de internet, gás, TV por assinatura ou energia é uma forma de reafirmar esse domínio e garantir que somente serviços ‘autorizados’ pelo crime operem ali, muitas vezes com pagamento de taxas ilegais. Sem uma resposta coordenada das forças de segurança, esse tipo de prática tende a se intensificar”, comentou.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), questionada sobre o episódio, respondeu que “atua na regulação e fiscalização dos serviços de telecomunicações, mas não possui poder de polícia para garantir a integridade física dos operadores em campo”. A agência afirmou ainda que “repudia qualquer forma de intimidação contra prestadoras autorizadas e acompanhará o caso junto às autoridades de segurança pública”.

Já a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) se manifestou por meio de nota: “Infelizmente, casos como o de São Gonçalo se repetem em diferentes regiões do país, e isso coloca em risco não apenas as empresas e seus colaboradores, mas também o direito dos cidadãos ao acesso à informação e conectividade. É fundamental que as autoridades estaduais e federais tomem providências para garantir a segurança dos prestadores de serviço e a continuidade das operações”.

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Em nota enviada à reportagem, a Leste informou que não vai se manifestar. Até o momento da publicação, as Polícias Militar e Civil não se pronunciaram sobre o caso.

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