Polícia
Cinco anos após a morte de João Pedro, Justiça decide levar policiais a júri popular no Rio
Adolescente de 14 anos foi morto com mais de 70 tiros durante operação policial em São Gonçalo. Decisão histórica foi comemorada pela família no dia seguinte ao aniversário que o jovem completaria.

Cinco anos após a morte de João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos, a Justiça do Rio decidiu nesta terça-feira (24) que os três policiais civis envolvidos no caso irão a júri popular. A decisão da 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) foi unânime: três votos a zero pela anulação da absolvição dos agentes e pelo prosseguimento do processo.
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João Pedro foi morto em 18 de maio de 2020, durante uma operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Ele estava na casa de um tio, brincando com amigos, quando o imóvel foi atingido por mais de 70 disparos. Baleado, o adolescente chegou a ser socorrido, mas não resistiu. O corpo só foi localizado pela família 17 horas depois.
A sessão que definiu o encaminhamento do caso a júri popular foi realizada por videoconferência e julgou os recursos apresentados pelo Ministério Público* e pela Defensoria Pública. O relator do processo, desembargador Marcelo Castro Anátocles da Silva Ferreira, votou pela anulação da decisão anterior, sendo acompanhado pelos desembargadores César Augusto Costa e Adriana Ramos de Mello.
Os policiais civis Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister, lotados na Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), haviam sido sumariamente absolvidos em julho de 2024 pela juíza Juliana Bessa Ferraz Krykhtine, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo. Na ocasião, a magistrada considerou que os agentes agiram em legítima defesa, desqualificando o crime como homicídio doloso.
A reviravolta na Justiça veio no dia seguinte ao aniversário que João Pedro completaria, ele faria 20 anos na última segunda-feira (23). A mãe do jovem, Rafaela Matos, expressou o sentimento de alívio ao saber da nova decisão:
“É um alívio muito grande para o meu coração, mais um degrau que subimos. Em julho, os policiais foram absolvidos e hoje comemoramos essa vitória. Sabemos que a batalha continua, mas saímos vitoriosos”, declarou.
Rafaela ainda desabafou sobre o peso simbólico do momento:
“Ontem foi aniversário do João. Eu não consegui nem chorar, estava com tudo engasgado. Hoje, finalmente, senti algum alívio. Esperamos que esse júri seja marcado o mais rápido possível. Já são cinco anos esperando por justiça.”
O Tribunal de Justiça do Rio informou que o júri só será marcado após o trânsito em julgado da decisão, ou seja, depois que todos os recursos de ambas as partes forem julgados e esgotados.
Os policiais ainda respondem em liberdade e continuam sendo acusados de homicídio duplamente qualificado.
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