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Cinco anos após promessa, barricadas seguem matando em São Gonçalo

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erônica Barreto foi morta ao passar por uma barricada no Salgueiro, em São Gonçalo; promessas de retirada feitas por Capitão Nelson não foram cumpridas — Foto: Reprodução

A promessa era acabar com as barricadas criminosas em São Gonçalo. Mas, cinco anos após a eleição do prefeito Capitão Nelson (PL), a realidade nas ruas da cidade é outra: bloqueios se multiplicaram, moradores vivem sob controle do tráfico e uma jovem perdeu a vida em meio a esse cenário.

Verônica da Silva Barreto, de 24 anos, morreu no último domingo (19) após ser baleada na cabeça ao passar por uma barricada no Complexo do Salgueiro, uma das regiões mais afetadas por bloqueios erguidos por criminosos armados. A jovem chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.

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Durante a campanha de 2020, Capitão Nelson ficou conhecido por uma declaração enfática sobre o problema:

“Vamos retirar a porra toda!”, disse ele em resposta a um eleitor que questionava sobre a atuação do tráfico e suas barreiras ilegais.

A frase viralizou e ajudou a consolidar sua imagem como “linha dura”. Mas os números e relatos mostram o oposto.

Barricadas se espalham e controlam bairros inteiros

Segundo relatos de moradores e especialistas, o número de barricadas triplicou desde que Capitão Nelson assumiu a prefeitura. O ex-capitão do Bope e comentarista de segurança pública Rodrigo Pimentel afirmou, em entrevista recente, que a situação “saiu do controle”:

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“São Gonçalo é uma cidade que dá tristeza porque o prefeito Capitão Nelson, um policial militar aposentado, usou a plataforma de candidatura à prefeitura, foi a questão das barricadas. A cidade está tomada por barricadas, tem barricadas pra tudo quanto é lado”, disse.

Bairros como Jardim Catarina, o mais populoso do município, vivem um verdadeiro cerco. Estima-se que existam pelo menos 247 barricadas na região, bloqueando entradas, saídas e formando “condomínios informais” onde o tráfico impõe suas regras. Em algumas localidades, há até cancelas manuais operadas por homens armados, como na estrada de acesso à Praia da Luz, atualmente chamada por criminosos de “Resort do CV”.

Na BR-101 e na RJ-106, é comum ver esses bloqueios a céu aberto, evidências de um poder paralelo que coexiste com a ausência do Estado.

Em nota, a prefeitura informou apenas que o 7º Batalhão de Polícia Militar realiza a retirada de barricadas diariamente, com o apoio da municipalidade, através da disponibilização de equipamentos e maquinário e nos reparos necessários nas vias afetadas.

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