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Jonalista Jourdan Amóra morre em Niterói

Jornalista fluminense faleceu no Complexo Hospitalar de Niterói aos 87 anos, deixando legado de resistência e independência editorial.

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Jourdan Amóra foi um dos principais nomes da imprensa fluminense, fundador e diretor do jornal A Tribuna. Foto: Reprodução

O jornalismo fluminense perdeu neste domingo (19) uma de suas vozes mais emblemáticas. Por volta das 10h30, faleceu no Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) o jornalista Jourdan Amóra, diretor do jornal A Tribuna. Internado há cerca de duas semanas, ele morreu em decorrência de falência múltipla dos órgãos, segundo informou o próprio veículo.

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Nascido em Araçuaí (MG), em 1938, e criado em Niterói, Jourdan Norton Wellington de Barros Amóra construiu uma carreira que se confunde com a história da imprensa fluminense. Como repórter, editor, empresário e militante, foi conhecido por sua coragem em enfrentar censuras, crises políticas e revoluções tecnológicas, mantendo sempre a independência editorial.

Ainda adolescente, fundou o jornal Praia das Flechas, primeira experiência no jornalismo que marcaria sua trajetória. Nos anos 1950, trabalhou em veículos como Diário do Povo, Última Hora, Diário Carioca e Jornal do Brasil, ganhando notoriedade por pautas sociais e defesa dos direitos humanos.

Em 1965, após ser demitido do Jornal do Brasil sob acusação de “subversão”, fundou A Tribuna, transformando o pequeno diário de Niterói em símbolo da liberdade de imprensa e resistência democrática. Durante a ditadura militar, foi preso pela DOPS após denúncias contra o governo estadual. No dia seguinte, o jornal estampou uma capa histórica com a palavra: “Libertas…”.

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Visionário, Amóra também foi pioneiro na imprensa de bairro. Em 1972, lançou o Jornal de Icaraí, distribuído gratuitamente porta a porta, e criou outros projetos como a revista Tela e A Tribuna de São Gonçalo, ampliando o acesso à informação local e estimulando novas gerações de repórteres.

Casado por mais de 50 anos com a professora Eva de Loures Amóra, falecida em setembro, Jourdan viveu ao lado dela o que chamava de “a mais longa e leal redação da vida”. Deixou dois filhos, Gustavo e Luis Jourdan, além de um legado que transcende as páginas impressas.

Defensor incansável da liberdade de expressão, Amóra costumava dizer:
“Enquanto houver cidade, haverá pauta. E enquanto houver pauta, haverá Tribuna.”
Essa frase resume o compromisso de quem fez do jornalismo uma missão de verdade, serviço à cidade e à história.

 

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