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Ex-premiê Hasina é condenada à morte em Bangladesh

Tribunal especial de Daca sentencia Sheikh Hasina por crimes contra a humanidade ligados à revolta de 2024; decisão provoca protestos e paralisação nacional.

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Forças de segurança reforçam a proteção em Daca durante o anúncio do veredicto contra Sheikh Hasina. Foto: Reprodução / Instagram

A ex-primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, 78, recebeu nesta segunda-feira (17) uma sentença de morte por crimes contra a humanidade ligados ao levante popular que abalou o país no ano passado e encerrou seus 15 anos consecutivos no poder.

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O anúncio foi feito pelo juiz Golam Mortuza Mozumder, responsável pelo tribunal especial de Daca. Segundo ele, as evidências reunidas durante o processo comprovam a responsabilidade direta de Hasina na repressão que resultou na morte de centenas de pessoas. “Todos os elementos necessários para caracterizar crimes contra a humanidade foram confirmados. Impomos a pena capital”, declarou o magistrado.

Além de Hasina, o ex-ministro do Interior Asaduzzaman Khan também foi condenado à morte. Um terceiro acusado, ex-chefe da polícia do país, recebeu pena de cinco anos após colaborar com as investigações e testemunhar contra a ex-premiê.

A leitura do julgamento, exibida ao vivo pelas autoridades, ocorreu sob rigoroso esquema de segurança. Tropas paramilitares e unidades policiais foram mobilizadas não apenas na capital, mas também em diversas outras regiões de Bangladesh.

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Como resposta à sentença, o partido de Hasina, a Awami League, convocou uma paralisação nacional. A ex-líder e Khan, atualmente exilados na Índia, foram julgados à revelia. Aliados classificaram o processo como um “tribunal de fachada” e criticaram a nomeação de um defensor público para representá-la.

Hasina e Khan foram responsabilizados pelo massacre ocorrido durante os protestos estudantis de julho e agosto de 2024. Relatórios internacionais apontam para números ainda maiores de vítimas: um documento da ONU divulgado em fevereiro estimou até 1.400 mortos, enquanto o governo interino reconheceu ao menos 800 mortes e cerca de 14 mil feridos.

O clima de tensão aumentou nos últimos dias, com registros de explosões de artefatos caseiros e incêndios criminosos em várias cidades, o que levou ao fechamento de escolas e à suspensão de serviços de transporte.

Antes do anúncio do veredicto, Hasina divulgou uma mensagem de áudio pedindo calma a seus seguidores e orientando-os a não se deixarem abalar pela decisão. A mídia local informou novas explosões na capital, incluindo uma em frente à residência de um assessor do governo interino.

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Deposta em 5 de agosto de 2024, Hasina fugiu para a Índia logo após perder o controle do país. Três dias depois, o ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Muhammad Yunus, assumiu a chefia do governo provisório. Desde então, ele prometeu responsabilizar a ex-primeira-ministra e suspendeu as atividades da Awami League.

Yunus reafirmou que pretende realizar eleições em fevereiro, mas deixou claro que o partido de Hasina não poderá participar do pleito. Analistas apontam que a política bangladeshiana segue em um cenário de incerteza, com poucos indícios de estabilização no curto prazo.

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