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Polícia

Crianca de 4 anos era obrigada a comer fezes durante tortura no Rio de Janeiro; padrasto é preso

Investigação aponta agressões brutais, maus-tratos psicológicos e indícios de perversidade contra a vítima

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Uma menina de apenas quatro anos foi internada em estado grave no Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), da UFRJ, com quadro de perfuração intestinal, fratura no braço e sepse abdominal. O padrasto da criança, Israel Lima Gomes, foi preso e está sendo investigado pela 37ª DP (Ilha do Governador) por crime de tortura.

De acordo com a Polícia Civil, o caso ultrapassa os limites da violência doméstica e se configura como uma sequência sistemática de torturas físicas e psicológicas praticadas ao longo de meses. Israel foi conduzido à delegacia no fim de semana e permaneceu sob custódia até a manhã de domingo (18), quando teve sua prisão formalizada.

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Segundo o delegado Felipe Santoro, titular da 37ª DP, a convivência diária do suspeito com a criança e o tipo de lesões encontrados indicam práticas contínuas de violência.

“Agente sabe que ela teve o braço quebrado, uma lesão no duodeno e estava com sepse abdominal. Estamos investigando todas as possíveis causas e circunstâncias”, declarou.

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Além das lesões físicas, a investigação revelou episódios de maus-tratos extremos. A menina era frequentemente trancada sozinha em banheiros escuros e, em ao menos uma ocasião, foi forçada a ingerir fezes. Para a polícia, os fatos apontam para um padrão de crueldade deliberada.

“Estamos diante de um verdadeiro carrasco. A frieza das mensagens, o padrão de agressões e a omissão deliberada de socorro mostram um cenário de terror que vinha se arrastando há meses”,  afirmou o delegado Santoro.
Conversas revelam crueldade

Mensagens trocadas entre Israel e a mãe da criança foram obtidas pela Polícia Civil e revelam a brutalidade com que ele tratava a menina. Em um dos diálogos, a mulher pergunta o que teria causado o mal-estar da filha, sugerindo que pudesse ter relação com a ingestão de fezes. Israel nega, mas depois, ao ser questionado sobre as agressões, responde com frieza:
“Ela é forte porque estou moldando ela na dor. Fica fraco quando é só amor”.

As mensagens são vistas pela polícia como peças-chave na comprovação do crime de tortura, indicando não apenas a prática da violência, mas a tentativa de justificá-la com discursos perversos.

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Israel Lima Gomes já era conhecido pelas autoridades. Ele tem passagens anteriores pela polícia — uma por violência doméstica e outra por importunação sexual contra uma menina de 12 anos. Mesmo assim, vivia sob o mesmo teto com a criança.

Na delegacia, a mãe negou envolvimento ou conhecimento das agressões. Ainda assim, ela é investigada por possível omissão e conivência com os maus-tratos, já que há indícios de que tinha ciência do que acontecia quando estava fora de casa.
Estado de saúde e medidas legais
A menina segue internada em estado grave e entubada na unidade pediátrica da UFRJ. Equipes médicas e de assistência social acompanham o caso, e o Conselho Tutelar foi acionado para garantir os direitos da criança.

Israel Lima Gomes deve responder por tortura, crime com pena prevista de até 20 anos de prisão, agravada por ter sido cometida contra menor de idade e sob guarda familiar. A Justiça também deverá se pronunciar sobre a responsabilização da mãe e a definição da guarda da criança.

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